Caros alunos,
Os textos a seguir
servem de base para o acompanhamento das aulas, para o auto-estudo e preparação
para as nossas avaliações.
O material está
divido em leituras obrigatórias, utilizadas nas atividades em sala de aula e no
auto-estudo, e em leituras complementares com informações relevantes para a
compreensão e fixação do conteúdo abordado na sala de aula.
Boa leitura e bons
estudos.
Administração Científica
A administração científica é um modelo de
administração criado pelo americano Frederick
Winslow Taylor no fim do século XIX e início do século XX e que
se baseia na aplicação do método científico na administração com o
intuito de garantir o melhor custo/benefício aos sistemas produtivos.
Frederick Taylor
Taylor procurava
uma forma de elevar o nível de produtividade conseguindo que o trabalhador produzisse
mais em menos tempo sem elevar os custos de produção. Assim, ele observou que
os sistemas administrativos da época eram falhos. A falta de padronização dos métodos de trabalho, o
desconhecimento por parte dos administradores do trabalho dos operários e a
forma de remuneração utilizada foram as principais falhas estudadas por Taylor.
Assim, em 1903, ele
publica o livro “Administração de Oficinas” onde expõe pela primeira vez suas
teorias. Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio do estudo dos tempos
e movimentos. O trabalho deveria ser decomposto, analisado e testado
cientificamente e deveria ser definida uma metodologia a ser seguida por todos
os operários com a padronização do método e das ferramentas.
Os operários
deveriam ser escolhidos com base em suas aptidões para a realização de
determinadas tarefas (divisão do trabalho) e então treinados para que
executem da melhor forma possível em menos tempo. Taylor, também, defende que a
remuneração do trabalhador deveria ser feita com base na produção alcançada,
pois desta forma, ele teria um incentivo para produzir mais.
Princípios
da Administração Científica
Em seu segundo
livro “Principles of Scientific Management” (Princípios de
Administração Científica), publicado em 1911, Taylor apresenta seus
estudos, porém com maior ênfase em sua filosofia, e introduz os quatro princípios
fundamentais da administração científica:
• Princípio de planejamento –
substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos – sai de cena o
improviso e o julgamento individual, o trabalho deve ser planejado e testado,
seus movimentos decompostos a fim de reduzir e racionalizar sua execução.
• Princípio de
preparo dos trabalhadores – selecionar os operários de acordo com as suas
aptidões e então prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de
acordo com o método planejado para que atinjam a meta estabelecida.
• Princípio de
controle – controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de
que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da
meta.
• Princípio da
execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que o
trabalho seja o mais disciplinado possível.
A teoria proposta
por Taylor e que causou uma verdadeira revolução no sistema produtivo seguiu
sendo aperfeiçoada ao longo dos anos apesar das críticas e é sem dúvida alguma
a precursora da Teoria Administrativa. Contribuíram para o
desenvolvimento da administração científica: Frank e Lilian Gilbreth que se
aprofundaram nos estudos dos tempos e movimentos e no estudo da fadiga propondo
princípios relativos à economia de movimentos; Henry Grant que trabalhou o
sistema de pagamento por incentivo; Harrington Emerson que definiu os doze
princípios da eficiência; Morris Cooke que estendeu a aplicação da
administração científica à educação e às administrações públicas; e Henry Ford
que criou a linha de montagem aplicando e aperfeiçoando o princípio da
racionalização proposto por Taylor.
As
principais críticas a administração científica (AC) de Taylor são:
• Para os críticos
a AC transformou o homem em uma máquina. O operário é tratado como apenas uma
engrenagem do sistema produtivo, passivo e desencorajado de tomar iniciativas.
• A padronização do
trabalho seria mais uma intensificação deste do que uma forma de racionalizar o
trabalho;
• A
superespecialização do operário facilita o
treinamento e a supervisão do trabalho, porém, isso reduz sua satisfação e ele
adquire apenas uma visão limitada do processo;
• A AC não leva em
conta o lado social e humano do trabalhador. A análise de seu desempenho leva
em conta apenas as tarefas executadas na linha de produção;
• A AC propõe uma
abordagem científica para a administração, no entanto, ela mesma carece de
comprovação científica e teve sua formulação baseada no conhecimento empírico;
• A AC se restringe
apenas aos aspectos formais da organização não abrangendo por exemplo o
conflito que pode haver entre objetivos individuais e organizacionais;
• A AC trata da
organização como um sistema fechado sem considerar as influências externas.
Fontes
COELHO. José Márcio; GONZAGA. Ricardo Martins; Administração Científica de Taylor: O Homem do Tempo. Acessado em: http://www.administradores.com.br
LLATAS. Dra. Maria Virginia; Administração Científica de Taylor. Acessado em: Administração Científica de Taylor.ppt
COELHO. José Márcio; GONZAGA. Ricardo Martins; Administração Científica de Taylor: O Homem do Tempo. Acessado em: http://www.administradores.com.br
LLATAS. Dra. Maria Virginia; Administração Científica de Taylor. Acessado em: Administração Científica de Taylor.ppt
Teoria do Processo Administrativo
Os Princípios da Administração
Segundo Maximiano (2004), para
entender o que significa Administração, é preciso ir além da interpretação da
palavra. É preciso compreender o papel que a administração desempenha para as
organizações e para a sociedade.
Conforme Maximiano (2004),
podemos definir Administração a partir de objetivos, decisões e recursos, estas
são palavras-chave. Administração é o processo de tomar e colocar em prática
decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo administrativo
abrange quatro tipos principais de decisões, também chamados de processos ou
funções: planejamento, organização, execução e controle. As decisões resumem os
Princípios de Administração.
Esse conceito de administração
foi desenvolvido para aplicação em empresas, mas ele pode ser estendido a
qualquer outra situação onde ocorra trabalho, seja no âmbito empresarial, em
atividades autônomas, em órgãos públicos ou até em atividades domésticos.
Portanto, sempre que se mencionar a palavra empresa, deve ser entendido
trabalho.
A tarefa da administração é
interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-los em ação
empresarial através de planejamento, organização, direção e controle de todos
os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da empresa, a fim
de atingir tais objetivos. Planejamento, organização, controle e direção são as
quatro principais funções administrativas.
Por englobar atividades
dinâmicas, a administração é um processo, inerente a qualquer situação em que
haja recursos que procuram atingir algum tipo de objetivo. Assim sendo, as
quatro funções administrativas, que transcorrem em ordem aproximadamente
seqüencial, constituem o chamado Processo Administrativo.
Frederick Taylor, já na escola de
Administração Científica, utilizava quatro princípios básicos: planejamento,
preparo (hoje, organização), controle e execução. Como veremos a seguir, estes
princípios eram considerados em relação à tarefa. Henry Fayol empregava, embora
em relação às tarefas administrativas, os princípios previsão, organização,
comando, coordenação e controle. A evolução das teorias trouxe, naturalmente,
uma evolução na conceituação dos princípios de administração. Assim sendo,
hoje, quatro princípios são considerados de fundamental importância nas Teorias
da Administração, conforme mostrado de modo esquemático pela Fig. 4.
Fig. 4 – Funções
administrativas
Deve-se destacar, também, que
estes princípios, com elevada probabilidade, terão importância cada vez mais
acentuada. Detalharemos cada um destes itens para evidenciar a importância de
seu conhecimento para a gestão das organizações sob a perspectiva de quaisquer
das Teorias da Administração.
Deve-se destacar, também, que
estes princípios, com elevada probabilidade, terão importância cada vez mais
acentuada. Detalharemos cada um destes itens para evidenciar a importância de
seu conhecimento para a gestão das organizações sob a perspectiva de quaisquer
das Teorias da Administração.
Planejamento
Segundo Chiavenato (1995) o
planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente o que se
deve fazer e quais objetivos devem ser alcançados, e visa dar condições
racionais para que se organize e dirija a empresa ou seus departamentos ou
divisões a partir de certas hipóteses a respeito da realidade atual e futura.
A elaboração do planejamento
evita a adoção de ações improvisadas, casuais, contribuindo para reduzir o
nível de incerteza e possibilitando maior segurança quanto ao desempenho da
empresa. O planejamento, segundo Chiavenato (1995) apresenta as seguintes
características:
a) é um processo permanente e contínuo, pois é realizado de
forma sistemática dentro da empresa e não se esgota na simples montagem de um
plano de ação; b) é sempre
voltado para o futuro e está intimamente ligado com a previsão, embora não se
confunda com ela. O conceito de planejamento inclui o aspecto de temporalidade
e futuro: o planejamento é uma relação entre coisas a fazer e o tempo
disponível para fazê-las; c)
se preocupa com a racionalidade da tomada de decisões, pois ao estabelecer
esquemas para o futuro funciona como um meio de orientar o processo decisório,
dando-lhe maior racionalidade e subtraindo incerteza subjacente a qualquer
tomada de decisão; d) visa
relacionar, entre várias alternativas disponíveis, um determinado curso de
ação, em função de suas conseqüências futuras e das possibilidades de sua
execução e realização. O curso de ação escolhido pode ter uma duração variável
- desde curto à longo prazo - e pode ter uma amplitude igualmente variável -
abrangendo a empresa como um todo até uma determinada unidade de trabalho; e) é sistêmico, pois deve
considerar a empresa ou o órgão ou a unidade como uma totalidade. O
planejamento deve considerar tanto o sistema como os subsistemas que o compõem,
bem como as relações e compromissos internos e externos; f) é interativo. Como o planejamento se projeta para o
futuro, ele deve ser suficiente e prudentemente flexível para aceitar
ajustamentos e correções. Pressupõe avanços e recuos, alterações e modificações
em função de eventos novos, ou diferentes que ocorram tanto no ambiente interno
quanto externo da empresa; g)
é uma técnica de alocação de recursos de forma antecipadamente estudada e
decidida. Deverá refletir a otimização na alocação e dimensionamento dos
recursos com os quais a empresa ou o órgão dela poderá contar no futuro para
suas operações; h) é uma
técnica cíclica. A medida que é executado, passa a ser realizado. Conforme vai
sendo executado e realizado, permite condições de avaliação e mensuração para
novos planejamentos, com informações e perspectivas mais seguras e corretas; i) é função administrativa que
interage dinamicamente com as demais. Está intimamente relacionado com as
demais funções administrativas, como a organização, o controle e a avaliação,
influenciando e sendo influenciado por elas, a todo o momento e em todos os
níveis da empresa; j) é uma
técnica de coordenação. Permite a coordenação de varias atividades no sentido
da realização dos objetivos desejados e de maneira eficaz; l) é uma técnica de mudança e inovação. O planejamento é uma
das melhores maneiras de se introduzir deliberadamente mudança e inovação
dentro de uma empresa, sob uma forma previamente definida e escolhida e
devidamente programada.
O Planejamento pode ser
considerado em função do nível da empresa, conforme ilustra a figura a seguir:
O planejamento estratégico, em
linhas gerais, é aquele efetuado no nível institucional da empresa, envolvendo
a alta administração. É genérico e sintético, direcionado para longo prazo e
considera a empresa como uma totalidade.
O planejamento tático é efetuado
no nível intermediário da empresa, envolvendo a gerência. É menos genérico, e
mais detalhado, direcionado para médio prazo e considera cada unidade da
empresa.
O planejamento operacional é o
efetuado no nível operacional da empresa, envolvendo a supervisão. É detalhado
e analítico, direcionado para o curto prazo e considera cada tarefa ou
operação.
O planejamento operacional está
voltado para o que fazer, como fazer, e para quem fazer, procurando otimizar e
maximizar os resultados. Este tipo de planejamento deve ser intrinsecamente
relacionado ao planejamento tático, o mesmo ocorrendo com este em relação ao
planejamento estratégico.
Organização
Chiavenato (1995) define a
organização como uma função administrativa através da qual a empresa reúne e
integra os seus recursos, define a estrutura de órgãos que deverão
administrá-los, estabelece a divisão de trabalho através da diferenciação,
proporciona os meios de autoridade e de responsabilidade e, assim por diante. A
organização representa, no fundo, todos aqueles meios que a empresa utiliza
para pôr em prática o planejamento, o controle e a avaliação para atingir os
seus objetivos.
Como já foi enfatizado, a função
administrativa organizacional depende do planejamento, do controle e da
direção. Há uma estreita inter-relação entre todas estas funções.
A função administrativa
organizacional normalmente é implementada de acordo com as peculiaridades de
cada empresa, que pode considerar seus recursos (humanos, materiais e
organizacionais) e sua estrutura. Como ocorre com a função planejamento, a
função organização também pode ser analisada em função dos diferentes níveis -
institucional, intermediário e operacional - da empresa.
Direção
Do ponto de vista didático, a
função administrativa direção vem após o planejamento e a organização. Assim,
enquanto o planejamento estabelece o que fazer e como fazer e para quem, a
organização estabelece a estrutura, os meios para a execução, a direção se
preocupa com a execução das operações propriamente ditas, tendo em vista o
alcance dos objetivos.
A Direção é, inegavelmente, uma
das complexas funções da administração. Isto se deve à sua abrangência e ao
fato de estar intimamente relacionado às pessoas.
A execução de qualquer ação
envolve sempre pessoas e grupos. Toda a implementação do planejamento e da
organização é efetuada por um conjunto de pessoas, normalmente, são os recursos
mais complexos existentes nas empresas.
A Direção é a função que envolve
a maior interação humana. Como assegura Chiavenato (1995), “é a função que
exige a maior dose de flexibilidade, de amortecimento de impactos e,
principalmente, de orientação das pessoas quanto ao rumo certo no alcance dos
objetivos pretendidos”.
A Direção é extremamente
dinâmica, ocorre em todos os níveis da empresa e está relacionada ao
planejamento, à organização e ao controle. Como a função Direção diz respeito
ao processo de interação entre pessoas, três assuntos inerentes a ela são de
capital importância: comunicação, liderança e motivação.
Assim sendo, para dirigir pessoas
são necessários profundos conhecimentos a respeito do processo de comunicação,
das teorias de liderança e da motivação. Como nas funções planejamento e organização,
a direção pode ser considerada em função dos níveis da empresa: institucional,
intermediário e operacional.
Controle
O termo controle tem muitos
significados e, não raro, se associa a atitudes coercitivas, principalmente
quando envolve pessoas. O controle deve ser entendido como uma função
administrativa, como o planejamento, a organização e a direção.
Os autores Koontz e O’Donnel
(1998) especificam que controle é a função administrativa que consiste em medir
e corrigir o desempenho de colaboradores para assegurar que os objetivos da
empresa e os planos delineados para alcançá-los sejam realizados. É, pois, a
função segundo a qual cada administrador, do presidente ao supervisor,
certifica-se de que aquilo que é feito está de acordo com o que se tencionava
fazer.
Em termos de controle
operacional, Litterer (1990) propõe um modelo básico que compreende três
fases: a) coleta de dados sobre o
desempenho; b) comparação dos dados com um padrão; c) ação corretiva.
Certamente, cada uma destas fases
pode ser desenvolvida através de diversas formas, que sempre devem considerar
as peculiaridades de cada empresa.
A Teoria das Relações Humanas
A Teoria das Relações Humanas, ou Escola
das Relações Humanas, é um conjunto de teorias administrativas que ganharam
força com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova
Iorque, em 1929.
Essas teorias criam novas perspectivas para a
administração, visto que busca conhecer as atividades e sentimentos dos
trabalhadores e estudar a formação de grupos. Até então, o trabalhador era
tratado pela Teoria Clássica de forma muito mecânica. Com os novos estudos o
foco mudou e do Homo economicus o trabalhador passou a ser visto como homos
social.
A partir daqui começa-se a pensar na participação
dos funcionários na tomada de decisões e na disponibilização das informações
para eles.
Experiência
de Hawthorne
A Escola das Relações Humanas surgiu efetivamente
com a Experiência de Hawthorne, realizada em uma fábrica no bairro que dá nome
a pesquisa, em Chicago, EUA.
O médico e sociólogo australiano Elton Mayo, fez
testes na linha de produção, na busca por variáveis que influenciassem,
positiva ou negativamente, na produção.
Mayo fez estudos sobre a influência da
luminosidade, do trabalho em grupo, da qualidade do ambiente e descreveu-as
afirmando que o cuidado com os aspectos sociais era favorável aos empresários.
A experiência foi dividida em fases, a saber:
Na primeira fase, os pesquisadores observavam dois
grupos de trabalhadores que executavam o mesmo serviço, porém em iluminações
diferentes. Um grupo trabalhava sob iluminação constante enquanto outro
trabalhava sob iluminação variável. Perceberam que o fator psicológico influenciava
na produção, quando a iluminação aumentava produziam mais e quando a iluminação
diminuía produziam menos.
Na segunda fase, os pesquisadores mudaram o local de trabalho, a forma de pagamento, estabeleceram pequenos intervalos de descanso e distribuíam lanches leves nesses intervalos. Perceberam então que, os trabalhadores apresentaram maior rendimento na produção, pois trabalhavam satisfeitos.
Na segunda fase, os pesquisadores mudaram o local de trabalho, a forma de pagamento, estabeleceram pequenos intervalos de descanso e distribuíam lanches leves nesses intervalos. Perceberam então que, os trabalhadores apresentaram maior rendimento na produção, pois trabalhavam satisfeitos.
Na terceira fase, os pesquisadores se preocuparam
com as relações entre funcionários e os entrevistaram para conhecer suas
opiniões, pensamentos e atitudes acerca de punições aplicadas pelos superiores
e pagamentos, descobriram uma espécie de organização informal dentro da
organização que se manifestava por padrões formados pelos próprios
trabalhadores.
Na quarta fase, os pesquisadores analisaram a
organização informal, fizeram pagamentos de acordo com a produção do grupo e
não mais individualmente. Perceberam que os trabalhadores tornaram-se mais
solidários.
Concluíram que:
·
O nível de produção é determinado pela expectativa
do grupo, pelos benefícios cedidos pela organização, como intervalos de
descanso e refeições durante esses e sábado livre.
·
Os trabalhadores esperavam ser reconhecidos,
compreendidos e aceitos e produziam mais quando estavam entre seu grupo informal.
Com as conclusões iniciais tomadas a partir da
Experiência de Hawthorne, novas variáveis são acrescentadas ao dicionário da
administração:
- a integração social e comportamento social dos empregados;
- as necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas de recompensa e sanções não-materiais;
- o estudo de grupos informais e da chamada organização formal;
- o despertar para as relações humanas dentro das organizações;
- a ênfase nos aspectos emocionais e não-racionais do comportamento das pessoas;
- a importância do conteúdo dos cargos e tarefas para as pessoas;
Críticas à Teoria das Relações Humanas
As principais críticas a essa escola é de que:
- Ela apresenta uma visão inadequada dos problemas de relações industriais - em alguns aspectos a experiência de Hawthorne foi insegura e artificial e mesmo tendenciosa; alguns estudiosos acreditam que a origem esteja no fato de ser a teoria das relações humanas em produto da ética e do princípio democrático então existente nos Estados Unidos;
- Oposição cerrada à teoria clássica - Tudo aquilo que esta preconizava, a teoria das relações humanas negava;
- Limitação no campo experimental e parcialidade nas conclusões levaram gradualmente a teoria a um certo descrédito;
- A concepção ingênua e romântica do operário - as pessoas que seguiram demonstraram que nem sempre isto ocorreu;
- A ênfase exagerada nos grupos informais colaboraram rapidamente para que esta teoria fosse repensada;
- O seu enfoque manipulativo e certamente demagogo não deixou de ser descoberto e identificado pelos operários e seus sindicatos;
Ao receber tantas críticas, a Teoria das Relações
Humanas precisou de uma reestruturação que deu origem a Teoria Comportamental.
Teoria Comportamental da Administração
A Teoria
Comportamental (Behaviorista) da Administração veio significar uma nova direção
e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do
comportamento, estudando a motivação humana (suas necessidades básicas),
definindo estilos de administração, caracterizando as organizações como
sistemas sociais cooperativos e como sistemas de decisões.
Novas Proposições Sobre a Motivação Humana
O homem é considerado um animal complexo dotado de
necessidades complexas e diferenciadas. Segundo os autores behavioristas, o
administrador precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender
o comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio para
melhorar a qualidade de vida nas organizações.
Hierarquia das Necessidades de Maslow
Abraham H. Maslow, psicólogo e consultor americano,
apresentou uma teoria da motivação segundo a qual as necessidades humanas estão
dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e influência. Nessa
hierarquia das necessidades (pirâmide de Maslow), encontram-se cinco níveis de
necessidades:
1. Necessidades Fisiológicas:
Necessidades de alimentação, sono e repouso, de abrigo, desejo sexual, etc. Esse
grupo de necessidades está relacionado com a sobrevivência do indivíduo e com a
preservação da espécie.
2. Necessidades de Segurança:
Necessidades de segurança, estabilidade, busca de proteção contra a ameaça ou
privação, e a fuga ao perigo.
3. Necessidades Sociais:
necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos
companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor.
4. Necessidades de Estima:
Relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia. Envolvem a
auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de
respeito, de status, prestígio e consideração.
5. Necessidades de Auto-realização: São as
necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. São as
necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de
autodesenvolver-se continuamente (ser constantemente mais do que é - vir a ser
tudo o que pode ser).
Necessidades Primárias:
Necessidades fisiológicas e Necessidades de segurança
Necessidades Secundárias:
Necessidades sociais, Necessidade de estima e Necessidades de auto-realização
A teoria da hierarquia das necessidades de Maslow
pressupõe os seguintes aspectos:
1. Somente quando um
nível inferior de necessidades está satisfeito ou adequadamente atendido é que
o nível imediatamente mais elevado surge no comportamento.
2. Nem todas as
pessoas conseguem chegar ao topo da pirâmide de necessidades.
3. Quando as
necessidades mais baixas estão razoavelmente satisfeitas, as
necessidades localizadas nos níveis mais elevados
começam a dominar o comportamento. Contudo, quando uma necessidade de nível
mais baixo deixa de ser satisfeita, ela volta a predominar no comportamento,
enquanto gerar tensão no organismo.
4. Cada pessoa
possui sempre mais de uma motivação. Toda necessidade está intimamente ligada
com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. Seu efeito
sobre o organismo é sempre global e nunca isolado.
5. Qualquer
comportamento motivado é um canal pelo qual muitas necessidades fundamentais podem
ser expressas ou satisfeitas conjuntamente.
6. Qualquer
frustração ou possibilidade de frustração de certas necessidades passa a ser
considerada ameaça psicológica. Essa ameaça é que produz as reações gerais de
emergência no comportamento humano.
Várias pesquisa não chegaram a provar
cientificamente a teoria de Maslow e algumas delas até a invalidaram. Contudo,
a teoria de Maslow é bem estruturada suficientemente para poder oferecer um
esquema orientador e útil para o comportamento do administrador.
Leitura
Complementar
Enriquecimento de tarefas (Herzberg)
O enriquecimento de tarefas (job enrichment)
consiste em uma constante substituição de tarefas mais simples e elementares do
cargo por tarefas mais complexas, a fim de acompanhar o crescimento individual
de cada empregado, oferecendo-lhe condições de desafio e de satisfação
profissional no cargo. Segundo Herzberg, o enriquecimento de tarefas traz
efeitos altamente desejáveis, como o aumento da motivação, aumento de
produtividade, redução do absenteísmo (faltas e atrasos ao serviço) e redução
da rotatividade de pessoal (demissões de empregados).
Estilos de Administração
A Teoria Comportamental procurou demonstrar a
variedade de estilos de administração que estão à disposição do administrador.
A administração das organizações em geral (e das empresas em particular) está
fortemente condicionada pelos estilos com que os administradores dirigem,
dentro delas o comportamento das pessoas. Por sua vez os estilos de
administração dependem substancialmente das convicções que os administradores
têm a respeito do comportamento humano dentro das organizações. Essas
convicções moldam não apenas a maneira de conduzir as pessoas, mas também a
maneira pela qual se divide o trabalho, se planejam e se organizam as atividades.Mc
Gregor preocupou-se em comparar dois estilos opostos e antagônicos de
administrar, que denominou de Teoria X e Teoria Y. Vejamos abaixo os
pressupostos a respeito do comportamento humano existentes em cada uma dessas
teorias:
Pressuposições da
Teoria X
|
Pressuposições da
Teoria Y
|
·
As pessoas são preguiçosas e indolentes
·
As pessoas evitam o trabalho
As pessoas evitam a responsabilidade a fim de se sentirem mais seguras As pessoas precisam ser controladas e dirigidas
·
As pessoas são ingênuas e sem iniciativa
|
·
As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que
fazer
O trabalho é uma atividade tão natural quanto brincar ou descansar
·
As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e
desafios
As pessoas podem ser automotivadas e autodirigidas
·
As pessoas são criativas e competentes
|
A Teoria Y desenvolve um estilo de administração
muito aberto e dinâmico, extremamente democrático, através do qual administrar
é um processo de criar oportunidades, liberar potenciais, remover obstáculos,
encorajar o crescimento individual e proporcionar orientação quanto a
objetivos. Segundo Mc Gregor, a teoria Y é geralmente aplicada nas empresas
através de um estilo de direção baseado em uma série de medidas inovadoras e
humanistas, dentre as quais salienta as seguintes:
a)
Descentralização das decisões e delegação de
responsabilidades;
b)
Ampliação do cargo para maior significado do
trabalho;
c)
Participação nas decisões mais altas e
administração consultiva;
d)
Auto-avaliação do desempenho.
Sistemas de Administração
Rensis Likert, outro autor da Teoria Comportamental
da Administração propõe uma classificação de Sistemas de Administração,
definindo quatro perfis organizacionais, caracterizados através de quatro
variáveis: processo decisorial, sistema de comunicação, relacionamento interpessoal
e sistema de recompensas e punições. Vejamos no quadro abaixo esses sistemas,
bem como suas vantagens e desvantagens, e tipos de empresas onde eles são mais
frequentes.
Organização como um Sistema Social Cooperativo
As organizações são sistemas sociais baseados na
cooperação entre as pessoas. Uma organização somente existe quando ocorrem três
condições: (1) interação entre duas ou mais pessoas; (2) desejo e disposição
para a cooperação; e (3) finalidade de alcançar um objetivo comum.As pessoas
não atuam isoladamente, mas através de interações com outras pessoas, para
poderem alcançar da melhor maneira os seus objetivos. A organização oferece uma
variedade de incentivos, como salários, benefícios sociais, oportunidades de
crescimento, de consideração, de prestígio ou poder pessoal, de condições
físicas adequadas de trabalho, para obter a cooperação das pessoas em todos os
níveis hierárquicos.A função do executivo, isto é, de cada administrador dentro
da organização, é a de criar e manter um sistema de esforços cooperativos,
atividade essencial para a sobrevivência das organizações.
Processo Decisorial
A Teoria Comportamental concebe e organização como
um sistema de decisões, ou seja, todas as pessoas dentro de uma organização, em
todas as áreas de atividades, em todos os níveis hierárquicos e em todas as
situações estão continuamente tomando decisões relacionadas ou não com o seu
trabalho.
Teoria das Decisões
Decisão é o processo de análise e escolha, entre
várias alternativas disponíveis, do curso de ação que a pessoa deverá seguir. O
processo decisorial é complexo e depende tanto das características pessoais do
tomador de decisões quanto da situação em que está envolvido e da maneira como
percebe essa situação. A rigor, o processo decisorial envolve sete etapas
demonstradas na figura abaixo.Cada uma dessas etapas influencia as demais e
todo o conjunto do processo. Nem sempre essas sete etapas são seguidas à risca.
Se a pressão for muito forte para uma solução imediata, as etapas 3, 5 e 7
podem ser abreviadas ou suprimidas. Quando não há nenhuma pressão, elas podem
ser ampliadas por tempo indeterminado.
Decorrências da Teoria das Decisões
Simon salienta que o processo decisorial começa com
o indivíduo e permite-lhe solucionar problemas ou defrontar-se com situações.
Como a subjetividade nas situações é muito acentuada, Simon enumera algumas
decorrências da Teoria das Decisões:
a) Racionalidade Limitada: O indivíduo que vai
decidir raramente possui todas as informações necessárias para tomar a melhor
decisão.
b) Imperfeição nas decisões: não existem decisões
perfeitas. Umas são melhores que outras.
c) Relatividade das decisões: toda decisão é uma
acomodação, pois a alternativa escolhida jamais permite uma realização perfeita
ou completa dos objetivos visados. O nível de realização é satisfatório e não
ótimo.
d) Hierarquia das Decisões: O comportamento é
planejado sempre que é guiado por objetivos e é racional quando escolhe as
alternativas mais adequadas que levam à consecução dos objetivos (Meio x Fim).
e) Racionalidade Administrativa: O comportamento
dos indivíduos nas organizações é planejado, isto é, orientado no sentido de
alcançar objetivos.
f) Influência Organizacional: A organização retira
de seus participantes a faculdade de decidir independentemente sobre certos
assuntos e a substitui por um processo decisório próprio e previamente
estabelecido.
Homem Administrativo
A Teoria Comportamental nos traz um novo conceito
de homem. Para esses autores, o homem procura a maneira satisfatória e não a
melhor maneira de fazer um trabalho. O comportamento administrativo é
satisfaciente e não otimizante, pois o homem administrativo toma decisões sem
poder procurar todas as alternativas possíveis: não procura o máximo lucro, mas
o lucro adequado; não o preço ótimo, mas o preço razoável.
Comportamento Organizacional
Comportamento Organizacional é o estudo da
funcionamento e da dinâmica das organizações e como os grupos e os indivíduos
se comportam dentro delas. Como a organização é um sistema cooperativo
racional, ela somente pode alcançar seus objetivos se as pessoas que a compõem
coordenarem seus esforços a fim de alcançar algo que individualmente jamais
conseguiriam. Assim surge uma interação entre as pessoas e organização, a que
se dá o nome de processo de reciprocidade: a organização espera que as pessoas
realizem suas tarefas e concede-lhes incentivos e recompensas, enquanto as
pessoas oferecem suas atividades e trabalho esperando certas satisfações
pessoais.A decisão de participar é parte essencial da teoria do equilíbrio
organizacional. O equilíbrio reflete o êxito da organização em remunerar seus
participantes com quantias adequadas (sejam de dinheiro ou de satisfações
não-materiais) e motivá-los a continuarem fazendo parte da organização,
garantindo com isto sua sobrevivência.
Conflito entre os Objetivos Organizacionais e os
Objetivos Individuais
Um dos temas preferidos pelos behavioristas é o
conflito entre os objetivos que as organizações procuram atingir e os objetivos
que individualmente cada participante pretende alcançar.A interdependência
entre as necessidades do indivíduo e as da organização é imensa: a vida e os
objetivos de ambos estão inseparavelmente entrelaçados. O importante é que o
alcance do objetivo de uma das partes nunca venha a prejudicar ou a tolher o
alcance do objetivo de outra. Ambas as partes devem contribuir mutuamente para
o alcance de seus respectivos objetivos.
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